Ex-presidente Dilma torra meio milhão de reais passeando pelo mundo com dinheiro público
A ex-presidente Dilma Rousseff visitou 13 países em 2019, gerando uma despesa de R$ 544 mil com 250 diárias e passagens aéreas para assessores pagas pela Presidência da República. A petista foi responsável por 80% das despesas com viagens internacionais feitas pelos seis ex-presidentes. Numa delas, passou 42 dias de férias em Nova York e ainda fez um bate-e-volta em Sevilha, na Espanha. A despesa com 96 diárias chegou a R$ 136 mil.
Todas as despesas de
Dilma no ano passado, incluindo salários de assessores, seguranças e
motoristas, e combustível e manutenção de veículos, chegaram a R$ 1,6 milhão.
Cada ex-presidente tem oito servidores federais à disposição, conforme prevê a
lei. Incluindo as viagens pelo país, os gastos da ex-presidente com diárias e
passagens atingiram R$ 697 mil.
As despesas dos seis
ex-presidentes somaram R$ 5,9 milhões em 2019. A Presidência ainda comprou 12
carros oficiais “zero quilômetro” para atender ao presidente da República, Jair
Bolsonaro; o vice-presidente, Hamilton Mourão; e os ex-presidentes José Sarney,
Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma
Rousseff e Michel Temer. Cada veículo custou R$ 108 mil – mais de 100 salários
mínimos.
Collor foi o segundo
colocado no ranking da gastança em 2019, com um total de R$ 961 mil, sendo R$
233 mil com diárias e passagens. Mas ele só fez viagens nacionais. No caso de
Collor, porém, há um agravante: também usou R$ 256 mil da cota para o exercício
do mandato no Senado, tudo em divulgação e consultoria. E ainda conta com 67
assessores no seu gabinete de senador, alguns deles com salário acima de R$ 30
mil.
A gene do privilégio, segundo Dilma
Na viagem a
Nova York, Dilma partiu de São Paulo, em 7 de janeiro, e permaneceu em Nova
York até o dia 13. Dali, deu um pulo em Sevilha, onde participou de seminário
sobre os 70 anos de aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
com o título “A era do humanismo está chegando ao fim?”.
Na mesma
cidade, dois anos antes, pouco tempo depois do seu impeachment, ela tentou
explicar a origem dos privilégios no país. Dilma afirmou que o Brasil precisa
da democracia para lutar contra a desigualdade: “fomos o último país a
abandonar a escravidão. Portanto, somos um país que tem em seu gene a lógica do
privilégio”.
No dia 17,
retornou a Nova York, onde ficou por mais 37 dias, até iniciar o retorno ao
Brasil. Somente as 96 diárias pagas a assessores/seguranças custaram R$ 136
mil. A viagem toda saiu por R$ 162,7 mil.
Em outra
viagem interessante, a petista esteve em Paris, Bruxelas e Madri, durante 18
dias. O trecho Paris/Bruxelas foi feito de trem. Em Paris, dia 14, ela postou
nas redes sociais: “Na festa do L’Humanité. Pela libertação de @lulaoficial.
Viva Lula! Viva a França!”. No dia 18, na Universidade de Sorbonne, ela definiu
o governo Bolsonaro: "neofascismo com neoliberalismo". “Ele bate
continência para os Estados Unidos”, afirmou.
Em Madri, no
ato que celebrou os 130 anos da União Geral dos Trabalhadores (UGT), ela
defendeu que Lula não deixasse a prisão com “um controle eletrônico amarrado na
perna. Ele não deve sair com tornozeleira da prisão, mas como inocente”. A
viagem toda custou R$ 132 mil, sendo R$ 85 mil para pagar 53 diárias da sua
equipe.
Em 9 de
novembro, Dilma esteve em Buenos Aires para participar de reunião do Grupo de
Puebla, um fórum político e acadêmico formado por presidentes e ex-presidentes
progressistas. Na prática, substitui o Foro de São Paulo.
No dia 14 de novembro,
ela viajou para Dubai num voo de 1ª classe, para fazer palestra a convite do
xeque Sultan bin Muhammed al-Qasimi. Um passageiro que também estava neste voo
fez uma foto de Dilma dormindo e divulgou nas redes sociais, questionando a
"mordomia". Após a repercussão na internet, a ex-presidente afirmou
que os organizadores pagaram todas as despesas da viagem. A prestação de contas
das viagens para Buenos Aires e Dubai, de 8 a 15 de novembro, foi conjunta. Mas
o blog fez o cálculo do custo da viagem dos assessores de ida e volta a Dubai –
R$ 44,7 mil, pagos com dinheiro público.
Dilma também
esteve em Istambul, Amsterdan, Buenos Aires, Dubai, Pequim, Medellin, Bogota,
Burgos (Espanha), Londres, Moscou e Viena.
Ex-presidente Lula gasta mesmo preso
Fernando Henrique
Cardoso foi o terceiro no ranking dos gastos de ex-presidentes em 2019, com R$
955 mil. Quase a totalidade foi com salários de assessores e seguranças – R$
880 mil. Ele gastou R$ 37 mil com seis viagens internacionais. As duas mais
caras foram para Miami e Boston – R$ 11 mil cada uma.
A quarta
colocação foi de José Sarney, que teve um gasto total de 844 mil, sendo R$ 757
mil com assessores/seguranças. Ele fez apenas uma viagem internacional, para
Lisboa e Roma, de 9 a 16 de outubro, ao custo de R$ 21 mil. Todas as suas
viagens, incluindo as nacionais, custaram R$ 58 mil.
Temer gastou
um total de R$ 797 mil no ano passado. Ele viajou apenas para Londres e Madri,
em outubro, mas a despesa chegou a R$ 66 mil. A viagem mais cara foi para
Londres, no valor de R$ 40 mil, acompanhado por três servidores. Réu em ação
penal por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato, Temer precisou
pedir autorização à Justiça para embarcar para a Europa.
Lula
permaneceu 10 meses do ano preso em Curitiba. E mesmo sem poder se locomover,
contava com carro oficial, seguranças e motorista. A sua equipe custou R$ 694
mil no ano passado. Em apenas 44 dias livre, gastou mais R$ 69 mil em diárias e
passagens viajando pelo país, além de fazer uma visita ao Papa Francisco em
Roma.